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Ônibus é o meio de transporte que os brasileiros preferem

Pesquisa encomendada pelo Greenpeace sobre mobilidade urbana mostra que o ônibus seria o meio de transporte favorito dos brasileiros, caso houvesse uma boa infraestrutura nas cidades.
O levantamento, realizado em 132 municipios de regiões metropolitanas e do interior, aponta que 42% dos entrevistados se deslocariam, preferencialmente, por meio dos coletivos. 
Carro e bicicleta aparecem tecnicamente empatados: 23% dizem que optariam pelo automóvel e 21% preferem se deslocar de bicicleta. 

“Isso mostra que a diferença, no dia a dia, de não ter 21% das pessoas usando bicicleta tem muito a ver com a infraestrutura, não com a vontade das pessoas”, analisa Vitor Leite, da campanha de Mobilidade Urbana do Greenpeace. Segundo ele, o automóvel torna-se opção central porque ele parece a melhor alternativa para se chegar aos destinos. “Muitas vezes, elas não querem usar o carro. Então, se a gente não oferece uma infraestrutura melhor para transporte público, de mobilidade ativa e não motorizada, elas vão escolher o que atende melhor. Mas, se a gente oferece uma infraestrutura melhor, as pessoas vão usar aquelas que elas preferem, que é o ônibus, a bicicleta, a pé”, reforça. Segundo o levantamento, 13% prefeririam caminhar, especialmente entre quem tem mais idade. Metrôs e trens foram citados, respectivamente, por 14% e 5%.   

Além disso, a população espera medidas que favoreçam o transporte coletivo e o não motorizado: 74% dos entrevistados disseram que são favoráveis à redução do espaço ocupado por carros particulares, se isso puder beneficiar linhas de ônibus, ciclofaixas e calçadas.

Mas se o uso do espaço público não passasse por essa transformação, com inclusão de meios mais acessíveis de locomoção, e o espaço dos veículos simplesmente fosse reduzido, esse tipo de medida não teria o mesmo apoio. Sem os benefícios a outros modos de transporte, 49% são contra a diminuição de faixas e 47% contra a de vagas para carros. 

Para o representante do Greenpeace, o levantamento mostra que a percepção social está alinhada com o que prevê a Política Nacional de Mobilidade Urbana. A lei, de 2012, estabelece que se dê prioridade aos transportes não motorizados, seguidos dos meios coletivos e, por fim, do individual motorizado. “O que falta mesmo é a infraestrutura”, reforça.  

Para superar o déficit e fazer frente ao crescimento na demanda por mobilidade, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) estima que sejam necessários R$ 240 bilhões em investimentos para executar 343 projetos.
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